COMPREENDENDO O CÍRCULO - DEUS NO UNIVERSO

No princípio, Deus, o imanifesto Ser ou a Fonte que Tudo É permanecia sendo Ele próprio. Além do tempo e espaço, sendo infinitas possibilidades. Ser, sem predicados, é descanso, é paz, é bom. Ele permanece além de toda expressão que possa existir. Um ponto. O ponto zero para qualquer manifestação. Nem vida, nem morte, nem escuro, nem iluminado, nem cheio, nem vazio. E Aqui, neste ponto, ele fica numa percepção infinita. Ele é além, fora do mundo das formas ou qualquer expressão de energias ou ondas. Não reage e é inalterado. E nem existe espaço ou tempo, somente Ele, A Fonte em que Tudo É. Equilíbrio perfeito. Ele está além do próprio vazio, porque, ainda assim, o vazio pode ser observado e sentido. O Ser que é chamado Deus. Quem É Ele? Ele poderia se perceber? Se esse Ser pudesse se sentir, se tocar, se ver, como isso seria? Esse Ser que observa, mas não pode ser observado, é infinito, o Um, representado aqui como um único ponto. Um ponto possui a infinita dimensão de tamanho, é infinito. O maior e o menor dentro de tudo, que compõe tudo: retas, planos e geometrias, mas ainda sim está além de tudo. Não possui características porque Ele é infinito, sem dimensões.  

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A Fonte, o Ser é a única substância existente, a base que sustenta toda expressão da energia “Uni-Versal”. Mas algo ocorre neste momento do agora, sem tempo, sem espaço. Naturalmente, Ele acorda para a existência, num ímpeto, numa atenção, numa percepção nova que surge: “– Eu existo!” 

O Ser “abre seus olhos” para perceber quem É realmente. Assim, vem a primeira expressão da única Essência de tudo que possa ser percebido. Ele se torna consciente de Si no reflexo de Si mesmo. Nesse momento de esplendor, um movimento extraordinário é gerado. Ele gira em si e através de si mesmo. Vê sua própria “calda”, sua própria “face refletida na superfície do lago”. Esta gira é um circulo e cria espaço. Circulo perfeito, porque fora de si a única coisa que pode encontrar é si mesmo. Do ponto zero, ele então circunda num arco completo, já que é a única substância existente e, através de si mesmo, se encontra novamente como alguém que num salão de espelhos entrou e quer conhecer sua própria imagem num reflexo. Mas como já foi dito, ele retorna a si, sempre, porque só há uma substância: Ele mesmo!              

       

Com o surgimento do espaço e a ilusão de deslocamento para se observar, o tempo pela primeira vez é criado, e é curvo, cíclico, orbital, perfeito. Com um tempo infinito para se explorar, O Ser, a Fonte que Tudo É, passeia em curvas infinitas e evolui naturalmente em sua expressão por vários ângulos simétricos, sempre querendo se sentir e se ver melhor. Movimentos e formas surgem, como alguém que quer enfeitar-se e exibir-se em ângulos cada vez mais belos frente ao reflexo. Ele dança, gira, cirandeia, valsa ao redor de si, e assim, imagens simétricas são criadas reproduzindo uma geometria perfeita. Uns diriam: geometria sagrada! Neste momento, a única fonte de toda Energia torna-se a famosa Flor da Vida, refratando-se em infinitos moldes.

A Flor da Vida é pura Beleza, pura Harmonia, pura Lei através de onde todas as coisas estão refletidas. É o existir perfeito e simétrico das coisas, já que sua causa é uma única essência, o mesmo amálgama, energia primordial básica. A Flor da Vida é a Arte do Ser que observa-se em tudo e se expressa belamente refletindo-se num mundo que passa a existir frente seus “olhos”. Um mundo multifacetado é formatado em maravilhosas dimensões. Nessa multiplicidade de freqüências energéticas são finalmente formatados os elementos da natureza. São percebidas ondas e freqüências captadas pelos sentidos como som, ar, fogo, água e terra. Forma-se a criação e todo o cosmos como bem conhecemos. Essa é a origem das geometrias sagradas representadas nos sólidos de Platão. Essa é originalidade da natureza e todas as suas outras infinitas composições atômicas. Assim, no macrocosmo, tudo é criado girando em ciclos, círculos e órbitas cósmicas perfeitas. Logo, também no microcosmo, ondas, circuitos elétricos atômicos, e campos eletromagnéticos matém-se girando e sustentando a vida perfeitamente.

Formas sortidas de inúmeras substâncias provêm do único elixir Uni-Versal, o Ser, que uma vez partiu do ponto primordial. As seis formas, geometrias básicas, estabelecem a harmonia na variedade de leis que regem naturalmente o mundo de espelhos onde este Ser, o Observador, o Ponto Zero de tudo, está. E Ele está sempre lá se observando no espelho de si mesmo.

Nas antigas escolas se ensinava que Ouroboros era a representação de todo “Uni-Verso”. O Ouroboros é a representação gráfica de uma serpente em forma circular engolindo a própria cauda. A serpente rastejante e de rastro ondulante figura ondas eletromagnéticas universais em seu movimento contínuo. Este símbolo é encontrado na antiga literatura alquímica - algumas vezes, associado à frase “Hen to pan” – O Todo ou O Um. A origem etimológica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no idioma hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei, e Ob em hebreu, significa serpente. O ouro, diferente dos metais comuns, é puramente não reagente, inalterado em sua qualidade alquímica e beleza.

Considerando como única Verdade, o Deus Testemunha, a Divina Presença Eu Sou dentro de cada um de nós, acordamos finalmente para a responsabilidade de confiarmos ao nosso próximo que ele é realmente a emanação viva de Deus agindo no mundo. Assim, o outro é outra parte de mim. Conscientes do reflexo de nós mesmos na expressão externa, aceitamos a ação de Deus. Se projetarmos essa confiança, energia divina Toda Amorosa, Sábia e Justa, a um determinado grupo ou situação, a Lei Una agirá instantaneamente, mesmo que mentalmente não possamos assimilar sua atuação e conseqüências, as quais são perfeitas e sincrônicas com o Universal.

Devemos exercitar, graças ao Poder do Um incandencescente em cada Coração, a percepção e entrega de que o que decidimos juntos é o mais adequado e é realmente a Vontade de Deus Manifesta. O Serviço do Círculo Xamãnico é fundamental para abrirmos mão do ego pessoal e deixar fluir a Consciência Coletiva – Deus - sem abafar as pequenas vontades puras e sagradas de cada indivíduo. Vamos Ser um Círculo na expressão e deleitar no mundo da forma do Deus Uno.

Daniel Brandão